"1000 trutas, 1000 tretas" é o nome do DVD dos Racionais que foi oficialmente lançado ontem, na Virada Cultural. Acredito que tenham pensado se tratar de uma festa temática. Fui, na inocente ilusão de que tudo sairia bem. "Poxa, é uma festa bem policiada, é uma oportunidade legal de ver um show que nunca veria." Lembro de Racionais no auge dos meus 14/15 anos com seu maior sucesso "Diário de um detento". Era uma época legal, divertida, quase inocente. O universo das drogas estava muito longe de mim e de meus amigos. Eu era uma pessoa que acreditava nos direitos humanos e que toda falta de caráter significava falta de oportunidade. Ledo engano. Nesses 9 anos que se passaram, acho que cresci e endureci. Aprendi que essa imagem de marginal simpático é uma exceção. Acho que se o povo está onde está é porque cava seu próprio buraco. Legal, vamos promover um evento, dar oportunidade de mostrar que rap não é coisa de bandido, é coisa séria, uma denúncia social. Mas NÃO é. É uma valorização da violência, da malandragem, do racismo, da pobreza, da favela. A favelização do mundo me irrita. O que há de mal em ter dinheiro, trabalhar, ter sucesso, uma casa em local arborizado com móveis bonitos e conforto, estudo, oportunidade, crescer na vida, de-cen-te-men-te? NADA. Ser malandro e levar tudo no grito não é bonito. Acabar com orelhões, lixeiras, ônibus, patrimônios públicos é rasgar dinheiro. É seu imposto que lá está. Como cobrar que o político respeite seu dinheiro se você não respeita. Pior, não respeita o do próximo. Enquanto continuarmos com essa visão mesquinha de que vandalismo é algo bonito, ser malandro é ser cool, e cultivarmos ídolos como Mano Brown (ou qualquer outro sem cérebro*) continuaremos afundados nessa meleca que chamamos de Brasil.
Vídeozinho da "treta". Combinação de policiais exaltados + povo vândalo. Não podia imaginar o quanto gás lacrimogênio ardia!
Leiam:
Relato pessoal de um repórter da Folha.
Pensata, por Gilberto Dimenstein.
*algum dia ainda termino minhas impressões, meu texto definitivo sobre essa mania de exaltar valores contrários, e sobre todas outras personalidades com Q.I. negativo que tanto influenciam a (des)humanidade.
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