Solidão Cultural

Ontem eu estava conversando sobre isso com a minha mãe. Ela está em uma das minhas seletas listas de pessoas que me compreendem completamente, entende minhas piadas, faz trocadilhos comigo e discute sobe filmes, sentimentos e esmaltes com a mesma paixão. Mas como minha mãe, é minha mãe, e não somos completamente Gilmore Girls (assim, apenas uns 80%), e eu sinto falta de gente espirituosa em minha vida.
Das amigas que tenho, eu voltei a me sentir na época do colegial, onde não conseguia ser amiga de ninguém, todo mundo falava outra língua e eu sempre fui tratada como a "diferente". Eu só tinha um amigo, meu melhor Heitor, que todo mundo apostava que a gente ia casar (!!!???) como descobri posteriormente: todo mundo que encontro me pergunta se a gente ainda está junto! E eu gargalho, porque simplesmente nunca estivemos. Mas ele era menino, e não era gay, o que sabemos que dificulta certos assuntos "mulherzinha".
Mas voltando ao presente, minhas amigas que me entendem estão "longe". Ou estão casadas - e moram longe, ou casando, ou casando e moram longe, ou trabalham como loucas, ou simplesmente não temos mais afinidades, porque estão baladeiras demais pra uma noite de conversas. É bem simples, é a solidão cultural.
Aí eu venho aqui e falo o que sinto, o que vejo, e descubro que do outro lado da tela, em lugares distantes, mas de forma presente e constante, eu tenho com quem conversar. E isso me faz feliz, mas muito feliz.