Crônicas de um Natal

Então. Eu gosto do Natal. Mais do que pensar no nascimento de Jesus, perdão, amor, e tudo isso, eu gosto de Papai Noel. Somos pessoas com crenças espirituais, mas sem religião alguma e crescemos acreditando que bondade é para o ano todo, e o Natal é para presentes. Resumindo: sou capitalista. Mas curto essa história de família, confraternização, comilança, o clima todo, porque não sou muito coerente. Porém, desde o divórcio dos meus pais, há quase 6 anos, nosso Natal não tem mais união. Meu pai é o cara familiar que vive no avião entre São Paulo e Porto Alegre, minha mãe é praticamente o Grinch, meu irmão é um bom menino que nunca para em casa. Então não tínhamos mais Natal. Ano passado estive trabalhando como louca no Shopping nesta época do ano, e como este ano o desemprego me visitou, resolvi fazer o meu Natal, do meu jeito. Confeccionei uma ceia, tudo extremamente simples, para 3 pessoas (mas no fim, acabaram se transformando em 5). Fiquei o dia todo fazendo carne bêbada, gratinado de batatas com alho-poró, panetone recheado, manjar de coco, torta salgada verde, bolo de natal, salada decorada, e muitas frutas.

Todos jantamos, nos empanturramos na verdade, depois os meninos - irmão e primo - foram pra rua, uma tradição aqui do bairro, e as meninas - eu, minha mãe e minha prima - ficamos. Fomos ver filme. E eu dormi. Profundamente, de tão cansada. Mas muito feliz e realizada. Não consegui ligar para todo mundo que eu queria ontem, não consegui sequer pintar as unhas, mas eu me senti bem. Porque finalmente tive meu primeiro e agradável Natal em família, comandado por mim. E ao som de Frank Sinatra, logicamente.

Eu e o meu irmão, meu menino grande, meu maior presente.

Espero de coração que o Natal de vocês tenha sido tão bom quanto o meu, e que apesar de não ter conseguido passar no blog de todo mundo, eu pensei em todos os que fazem meu dia-a-dia mais feliz. E que venha o Reveillon. E que venha 2008.