terça-feira, 10 de outubro de 2006

Meu amor platônico

Joseph, como William.

De amores platônicos ninguém está imune. Sempre há aquele cara - ou mulher - fascinante, que passa e nem te percebe, como se tivesse uma aura o protegendo de nós, os reles mortais. Conversando com uma amiga dias desses percebi que existe uma outra categoria de amor platônico, aquela que a gente nutre por artistas. Não do tipo Menudo, New Kids on the Block, Backstreet Boys e RBD. Mas do tipo intelectual.
Antes de minha fase adolescente brega, pude sentir um profundo amor pelo Johnny Depp. O cara é interessante, excêntrico e ótimo ator, além de lindo, charmoso e sexy. Eu o admirava - e admiro mais ainda agora - não apenas como um rostinho bonito, mas como conjunto da obra. Mas ainda não tinha sentido a profunda ligação que agora sinto com um cara que nem mais vivo está.
James Dean? Elvis Presley? John Lenon? Kurt Cobain? Jim Morrison?
Na-na-ni-na-não. Seu nome é Shakespeare, William Shakespeare. Oriundo do longínquo século XVI, me apaixonei por ele assim que li Hamlet, no começo do ano. Todo o sarcasmo, a inteligência, a sagacidade. Tudo. Ou quase tudo. Porque aqui cabe uma confissão: o mais triste fator para essa fantasia absurda persistir se chama Joseph Fiennes. Para quem não se lembra, ele interpretou o dramaturgo inglês em 1998, no premiado e criticado Shakespeare in Love. E mesmo que eu saiba que a verdade não foi bem assim, eu já gravei essa imagem no meu inconsciente. Certamente ele não foi o rapaz romântico do filme hollywoodiano, mas eu finjo que foi. E assim, toda vez que leio Shakespeare, penso no Joseph. Claro que eu tenho noção de que aquele cara já está morto há séculos e nem foi tão belo. Eu tenho, mas nem me importo. Porque na realidade eu sei que o que eu mais gosto nele é a capacidade de sempre me surpreender, e me transmitir tanta vida, mesmo após tanto tempo.


William original.

Porque na verdade a gente nunca pode ter o bolo de chocolate com nozes. Mas isso é assunto para o post de amanhã.

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