sábado, 28 de outubro de 2006

Odeio casais felizes

Óbvio que esse é um post de despeito. Claro que estou me sentindo péssima, porque afinal admitir inveja é reconhecer a derrota. Mas o que mais posso sentir quando estou trabalhando sábado a noite em um shopping, onde só há casais felizes? Se pelo menos os casais felizes estivessem afim de comprar, não teria tempo de pensar na minha solidão. Também fico possessa quando vejo casais que nitidamente não combinam. "Como aquela feia, brega e antipática está com aquele cara liiiindo?" Logicamente eu não sou sempre assim, depois de sentir pena de mim mesma, brigar com o meu cupido que é burro, e esbravejar percebo que há algo de errado comigo. Maldita TPN. Malditos hormônios. Pelo menos me sinto reconfortada sabendo que depois de uns dias isso passa. Mas por enquanto, continuo entoando o mantra:
"Odeio casais felizes".
"Odeio casais felizes".
"Odeio casais felizes".

terça-feira, 24 de outubro de 2006

Ahn?

Kirsten Dunst como Claire Colburn

Por que será que me identifico tanto com as heroínas semi-fúteis porém quase-cultas dos livros e filmes? Será que a vida de quem nunca ouviu falar em Madame Bovary e Woody Allen e curte um pagodão e lê a Tititi é bem mais legal e bem sucedida e divertida que a minha? Sei não, mas talvez ter ambições modestas nos faça mais felizes e realizados afinal.

Lista das 5 personagens do cinema que mais se parecem comigo, em ordem de semelhança. (Estou lendo Alta Fidelidade - Nick Hornby, Editora Rocco -, portanto a lista se torna muito pertinente.)

1- Claire Colburn (Tudo Acontece em Elizabethtown)
2- Clementine Kruczynski (Brilho Eterno de uma Mente sem Lembranças)
3- Bridget Jones (O Diário de Bridget Jones)
4- Mirabelle Buttersfield (Garota da Vitrine)
5- Charlotte (Encontros e Desencontros)

E juro que eu adoraria uma lista mais original, mas pelo menos consegui escapar da Amelie. Já é um bom começo.

O amor em tempos de Internet - Parte1

A era da Internet trouxe uma nova perspectiva sobre a nossa forma de encarar os namoros, rolos e afins. Das muitas ferramentas existentes, vou me aprofundar em apenas uma nesse post. O MSN.
Dia desses, um amigo de um amigo, lá pela décima cerveja me disse, com ares de profeta: a monogamia acabou. Sob meu olhar de indagação, ele caridosamente me explicou que depois que inventaram o MSN a chance de alguém ser fiel é quase nula. Fato. Mas observem aquele quase. Eu sou a exceção, porque eu sou fiel, mesmo adorando uma conversinha pelo MSN. (Pelo menos quando num passado longínquo eu costumava ter um namorado eu também costumava ser fiel.) A arma letal de conversa instantânea é um elemento chave nas relações atuais. Sabe-se lá o porque, mas creio que seja por tornar possível ter uma conversa de mesa de bar com alguém ser ter ido ao boteco de fato e ainda elaborar suas perguntas e respostas de forma tão interessante e usar o dicionário ou o Google para esclarecer sua possível falta de cultura, o que deixará seu alvo muito interessado. Ou pelo fato de você ser inibido pessoalmente e então o MSN te ajuda como uma dose de vodca ajudaria, sem o tormento da ressaca e dos atos impensados. Ainda fico com a primeira opção, porque acredito que seres humanos são manipuladores por natureza.
Além de toda a manipulação, o MSN passa a ser vantajoso porque não é necessário gastar com a conta telefônica, perguntar se é uma hora inoportuna - porque se fosse a pessoa simplesmente colocaria um status ocupado ou ausente ou nem ficava online -, ou se não quiser falar com você pode simplesmente te bloquear ou alegar que caiu - o MSN não é muito confiável, sabe? Mas é muito mais eficaz do que sair por aí trocando telefones, porque que apesar do identificador de chamadas, a prática ainda não é 100% segura contra mães que atendem e sempre dizem que a gente está sim.
Outra grande vantagem: existe uma forma de filtrar pessoas, pelo apelido que ela usa, as músicas que ela escuta (que ficam estrategicamente expostas ao lado do seu apelido), as fotos que ela mostra, e por fim se utiliza a ortografia corretamente.
Portanto aí está o programa que mudou pra sempre a lógica dos relacionamentos atuais. E esse é só o começo.

quinta-feira, 19 de outubro de 2006

A Lua me disse...

Ontem me peguei assistindo uma entrevista da Luana Piovani, e ao contrário do que aconteceria em tempos normais, não fiquei criticando e esbravejando contra a moça, sempre altiva. Parei pra pensar. Ela mudou? Acho que não. Quem mudou fui eu.
Há uns 2 anos, eu fui assistente de edição de um programa de TV sobre ela, o Gente Pop da GNT. Fiquei tão irritada. Aquele poço de segurança incomodava, cutucava, quase desafiava. Ontem comecei a notar o quanto ela é uma mulher incrível, poderosa e interessante que assume totalmente ser quem é, mesmo que seja fútil, arrogante, e qualquer outra coisa ruim. Ela se aceita. Acabou o namoro? Ela sofre e ponto, dá a volta por cima e busca a felicidade. Ela não liga muito pro que dizem, ela simplesmente é. Atitude que a gente condena, porque perturba nossa pacata vidinha o fato de não ser independente da aprovação alheia. Ser autêntico é qualidade pra poucos corajosos. E como eu mesma disse pra um amigo um dia desses, não há coragem sem medo. Descobri afinal, vendo a Luana, que prefiro ser chata com os outros e legal comigo, do que depender o resto da vida da opinião de terceiros.

"Sou chata, mas sou gostosa" (Luana Piovani)

quarta-feira, 11 de outubro de 2006

Sobre bolos, chocolate e nozes

É simples. É um fato da vida. A gente nunca tem tudo o que a gente quer da forma que a gente quer na hora que a gente quer. Mesmo se for loira, magra, linda, rica, famosa e inteligente você não terá tudo. Temos que aceitar a realidade de que se a vida fosse uma confeitaria, o bolo de chocolate com nozes nunca estaria lá. Impossível, intocável.
Isso não quer dizer que você tenha que ficar sem bolos. Mas você tem a escolha imediata entre o de amora, o de chocolate branco, e o de morango. Nesse momento não há o que fazer, chorar, berrar, xingar. Escândalos só atrapalham o confeiteiro.
Mas também não significa que o bolo de chocolate com nozes nunca será servido para você. Mas talvez você precise dar tempo pro confeiteiro acabar sua obra prima...
Porque na verdade é preciso quebrar os ovos, por fermento e esperar assar.

terça-feira, 10 de outubro de 2006

Kate Moss e Pete Doherty vão se casar em ilha espanhola

Tsc tsc tsc. Notícia nova, com gosto de requentada. Ah, esses casais que não tomam jeito...

Meu amor platônico

Joseph, como William.

De amores platônicos ninguém está imune. Sempre há aquele cara - ou mulher - fascinante, que passa e nem te percebe, como se tivesse uma aura o protegendo de nós, os reles mortais. Conversando com uma amiga dias desses percebi que existe uma outra categoria de amor platônico, aquela que a gente nutre por artistas. Não do tipo Menudo, New Kids on the Block, Backstreet Boys e RBD. Mas do tipo intelectual.
Antes de minha fase adolescente brega, pude sentir um profundo amor pelo Johnny Depp. O cara é interessante, excêntrico e ótimo ator, além de lindo, charmoso e sexy. Eu o admirava - e admiro mais ainda agora - não apenas como um rostinho bonito, mas como conjunto da obra. Mas ainda não tinha sentido a profunda ligação que agora sinto com um cara que nem mais vivo está.
James Dean? Elvis Presley? John Lenon? Kurt Cobain? Jim Morrison?
Na-na-ni-na-não. Seu nome é Shakespeare, William Shakespeare. Oriundo do longínquo século XVI, me apaixonei por ele assim que li Hamlet, no começo do ano. Todo o sarcasmo, a inteligência, a sagacidade. Tudo. Ou quase tudo. Porque aqui cabe uma confissão: o mais triste fator para essa fantasia absurda persistir se chama Joseph Fiennes. Para quem não se lembra, ele interpretou o dramaturgo inglês em 1998, no premiado e criticado Shakespeare in Love. E mesmo que eu saiba que a verdade não foi bem assim, eu já gravei essa imagem no meu inconsciente. Certamente ele não foi o rapaz romântico do filme hollywoodiano, mas eu finjo que foi. E assim, toda vez que leio Shakespeare, penso no Joseph. Claro que eu tenho noção de que aquele cara já está morto há séculos e nem foi tão belo. Eu tenho, mas nem me importo. Porque na realidade eu sei que o que eu mais gosto nele é a capacidade de sempre me surpreender, e me transmitir tanta vida, mesmo após tanto tempo.


William original.

Porque na verdade a gente nunca pode ter o bolo de chocolate com nozes. Mas isso é assunto para o post de amanhã.

domingo, 8 de outubro de 2006

A hostilidade carnívora

Essa é a segunda vez em meus 23 anos que sou vegetariana. E dessa vez acredito que seja para sempre. Na minha primeira tentativa assumi a postura que faz o ato de não comer carne parecer uma proibição. Dessa vez assumi como escolha. Escolhi não comer mais animais. Ainda não sei se algum dia conseguirei não utilizar mais produtos de origem animal - ovos e laticínios - o que acho bem lógico. Mas ainda não estou preparada para a vida vegan. Quase ninguém está. Mas ser ovolactovegetariana já me faz ser mais coerente com minhas convicções. Sim, aquela baboseira de "animais são amigos, não comida" não é baboseira para mim. E nem pra muita gente.
Mas por que será que os vegetarianos são tão hostilizados pelos carnívoros? Será que ser grosseiro e sarcástico com quem escolhe não comer carne não será uma forma de acalmar sua consciência por contribuir com a matança animal? Animais esses que já nascem para morrer em um abatedouro. Não saio por aí atormentando todo mundo que tem um pedaço de carne no prato dizendo o que fazer. Mas pessoas que descobrem que não como carne me aborrecem com indagações ou provocações estúpidas. Elegi as top:

1 - Mas você só come mato? (Claro que chocolate, sorvete, pão, macarrão também são vegetais!)
2 - Olha que picanha gostosa. Adoro animais mortos. (Precisa disso? Eu não fico apontando para o seu prato e dizendo: Você está comendo defuntos! Mas devia.)
3 - Você quer esse de frango? (Eu disse que sou vegetariana!!!)
4 - Mas por que você não come frango ou peixe para evitar anemia? É carne branca. (Eu já disse que sou vegetariana!!!)

E viva a soja!

quarta-feira, 4 de outubro de 2006

As cores das unhas


É incrível como uma unha bem feitinha muda totalmente a atitude de uma mulher. Não falo apenas de unhas pintadas, mas unhas bem lixadas, cutícula bem tirada - e Deus nos perdoe porque essa prática não é nada saudável. Mulheres com unhas bonitas utilizam as mãos de forma mais exuberante. Observem. Aquelas que sempre vão à manicure têm um gestual diferente. É mais feminino.
Além do fato das unhas estarem bem feitas, há também o fator decisivo da cor. Tenho que avisar para as desavisadas que só existem 3 grupos de cor socialmente aceitas sem que você se passe por brega. O primeiro é o dos rendados. Branquinhos, clarinhos, unhas francesinhas, tudo bem delicadinho para pessoas básicas e delicadas. O segundo é o do vermelhão. Vermelho boca, vermelho paixão. É muito utilizado por adolescentes "rockeirinhas", por aquelas que se auto denominam pin-ups-, e gente moderna em geral. E chegamos então ao terceiro, aquele dos tradicionais e sempre em alta café e vinho. Essas são as cores das mulheres ousadas, mas ao mesmo tempo clássicas. E tudo deve ser cremoso. Abandone os cintilantes. Não coloque adesivos. Não faça desenhos. E acho que isso já diz tudo.
Mas atenção, é importantíssimo que suas unhas não sejam compridas demais, ou você ficará parecendo uma mulher da vida qualquer. E unhas quadradas são mais legais.
Eu sei que isso parece matéria de revistas de beleza dos anos 50. Mas defendo a tese que pintar as unhas e passar maquiagem é um grande privilégio cultural que as mulheres tem sobre os homens, ao invés da obrigação de parecer bonita. Mulher que é mulher adora se embonecar. E quem disse que eu sou feminista? Gosto mais é de ser feminina.
"Seja a mudança que você quer ver no mundo."